quinta-feira, 19 de junho de 2008

Musica Independente

Música Independente

Meres Chaves

O Sonho de Criança

A aposentada Floripes de Paiva 70, sempre sonhou em ser uma compositora conhecida, ela foi adotada aos 4 por uma família de classe média em Belo Horizonte. A partir da adoção a “dona Floripes” como é conhecida passou a sonhar com a arte. Na adolescência, fez teatro, e começou a atuar dando asas à imaginação...
Sentindo gosto pelo dom de atuar ela começou a tocar violão e teclados, o dom de compor foi chegando e pedindo lugar. Atualmente ela tem cerca de 40 canções escritas e cifradas, cada melodia pede passagem aos críticos de bom gosto musical. Entre as canções ela escreveu, valsas, boleros, marchinhas carnavalescas, sambas, pagodes, músicas para campanhas políticas e músicas infantis. Como ela disse, me dediquei muitas canções ao bolero, porque amo este ritmo, me entrego às composições que fluem nas madrugadas de sonhos e solidão. Hoje Floripes de Paiva sonha em ouvir suas músicas por vozes famosas, tem sonho de conhecer Zeca Pagodinho, e ouvir seus pagodes ao som do inusitado cantor. Seu professor de música, Elbert acredita no talento escondido da compositora e torce para que alguém a encontre. Junto com a estudante de jornalismo Meres Chaves, o professor de música Elbert, busca divulgar a arte de compor da sonhadora Floripes.
O medo que a aposentada tem é de ser corrompida por direitos autorais, devido à idade, ela acha que pode ser iludida e que nunca teve condições financeiras de fazer o seu dom conhecido, “publicar suas músicas”.

quinta-feira, 5 de junho de 2008

1968, O sonho acabou?

Foto: Marcos Bueno

1968, o Sonho acabou?

Meres Chaves
“Cadeiras Cativas”


“...Brasil, um sonho intenso, um raio vívido
De amor e de esperança à terra desce
Se em teu formoso céu, risonho e límpido...”

A imagem revolucionária política resplandeceu em um cenário cultural e social, modificando costumes, hábitos, maneiras de ser, de pensar e de agir. O movimento estudantil era poderoso e iam às ruas com vigor de uma juventude que acreditava que “empinar pipas é possível, mas que com cerol seria crime”.
Mudaram as estações e um novo tempo surgiu nos permitindo... Dizendo que às vezes o sonho é amarelo e que faz parte de uma classe média alta, mas... sonhar não paga impostos, o sonho insiste e persiste em existir, isso é permitido mesmo que custe o brilho das estrelas.
A peça teatral “Cadeiras Cativas”, lotou o auditório da Faculdade Estácio de Sá BH com a direção da professora e atriz Cristiane Cândido. Trazendo uma performance de 68, a autora conseguiu enfatizar a vida na época da ditadura militar. Os idealistas se manifestavam, as mulheres radicalizavam, a riqueza aparecia e a pobreza transbordava. Novos costumes culturais surgiram, o movimento “Hippie” explodia em “paz e amor”, a maconha e outras drogas surgiram com determinação de contaminar as almas tornando-as cativas e dependentes.
Em meios a tantos constrangimentos sociais, a peça “Cadeiras Cativas” abordou a influência política e o comportamento das pessoas daquela época. Tatiana Perdigão, aluna do curso de publicidade, atriz e cantora, responsável pela trilha sonora original da peça diz que “Cadeiras Cativas” mostra a realidade de uma época marcante para todos os povos, com o poder de exibir a vida e a luta para sobreviver às tempestades daquela época e que também aborda o comodismo de algumas pessoas que preferiam voltar ao regresso e achar que assim é melhor e aproveitar para dizer: “Pode chegar, pode escolher, a cadeira foi feita para você.”